Se tivesse seguido seus planos, Jonas hoje estaria trabalhando na farmácia da família, no centro de Taiúva, cidade de 5 mil habitantes no interior de São Paulo. Até os 20 anos de idade, o atacante do Grêmio, que é o artilheiro do Brasileirão, com 17 gols, nem pensava na vida de atleta. Sua rotina era ir para faculdade, estudar aos fins de semana e jogar peladas com os amigos nas folgas.
Jonas, atualmente com 26 anos, tem uma trajetória incomum entre os boleiros. Ele não sonhava em ser jogador, não passou por categorias de base, não penou para virar famoso. Pelo contrário. Sempre foi avesso a isso. Habilidoso, desde garoto destacou-se na escola. Aos 13 anos, passou em um teste no Guarani. Ficou duas semanas e voltou para casa com saudade da família. Aos 15, o técnico Donizetti, o mesmo olheiro que o havia convidado na primeira vez, fez novo convite. O adolescente passou uns dias em Campinas e novamente desistiu.
Caçula de três irmãos, Jonas entrou na faculdade de Farmácia em Araraquara. Cursou dois anos com ótimas notas, mas seguia como destaque nas peladas.
- Todo mundo insistia para ele ser jogador, mas o Jonas não dava bola, não fazia muito esforço - lembra o irmão Tiago Oliveira.
Em 2004, Donizetti cruzou novamente seu caminho. O time de juniores do Guarani foi a Taiúva para um amistoso contra um selecionado da cidade. Jonas arrebentou com o jogo. Nesse dia, o artilheiro recebeu um ultimato.
- Era a última chance. Ou virava jogador com 20 anos ou não virava mais - lembra Donizetti.
Jonas foi, mesmo contrariado por interromper a faculdade. Explodiu no Guarani, passou por Santos, Portuguesa, até virar sensação no Grêmio.
Taiúva perdeu um farmacêutico. O futebol brasileiro agradece.
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